23.8.07

improviso

Diferentes harmonias,
diferentes melodias,
o improviso é um risco
nas variàveis estruturas

variàveis... tantas...

como vai ser esse improviso?
transformando tudo, o mundo.
a consciência surgindo das diferenças
construindo uma harmonia profunda...

ruìdos.... riscos....

novos caminhos fluindo na melodia
modificam minha percepçao
eu procuro aquela harmonia,
perdida nesse poema-cançao

quero entender as estruturas
que formam a mùsica dessa vida
a melodia perdida no tempo
a harmonia presa na relaçao

e os sons se misturam
as vozes se calam
o pulso acelera
o tempo, congela...

a pausa é o silêncio
que rasga a partitura
tranforma a estrutura
vira do avesso a percepçao.

improvisar é arriscar-se....
arriscar-se a errar...
mas hà quem saiba aproveitar os ruìdos,
criando uma bela composiçao.
a composiçao da pròpria vida,
assim, cheia de riscos...


(com o perdao dos acentos, estou num teclado francês)

15.8.07

Nina




Na próxima encarnação, se é que existe essa próxima (tenho cá minhas dúvidas, com todo respeito), eu quero ser um gato, será que pode?!?!

quero ter a sorte de ser encontrada na rua, passando frio, ainda muito pequena, por uma família que faz tudo por mim! Morar numa casa com um jardim onde posso correr atrás de borboletas e passarinhos e mosquitos e formigas e toda a sorte de pequenos bichos que se movimentam! Deitar nas sombras dos canteiros e das plantas, sentindo o calorzinho da terra no meu corpinho empoeirado... A família?! ah... eles fariam tudo o que eu quisesse! Quando fizesse uma carinha assim, de "gato sem dono" eles me dariam carinho, um pedacinho de carne fresca (até já saberia - pelo sons da carne saindo do congelador - quando a mamãe está preparando o almoço para me apressar na interpretação!)

E por falar em interpretação, daria todos os dias um show para os meus queridos donos se deliciarem com a minha delicadeza de movimentos, até mesmo quando estou me limpando, ou pensando na vida, observando a natureza, ou os passarinhos...hum... deliciosos passarinhos!

As portas ficariam abertas sempre que eu quisesse, pois eu miaria tanto que ninguém ia aguentar me deixar lá olhando para a maçaneta sem fazer o humilde favor de abrir para mim...

E iria dormir, dormir e dormir, em todas as almofadas, tapetes, caixas, em todos os lugares confortáveis da casa, mesmo que não fossem permitidos, pois seria muito esperta e ninguém iria notar (a não ser pelos pelinhos que eu deixaria no dia seguinte).

Mas nunca ninguém conseguiria ficar bravo comigo por muito tempo, afinal eu seria tão meiga e tão carinhosa que todos se renderiam aos meus encantos de gata...

E nem precisaria ter raça! Pois minha graça estaria aí mesmo... na vira-lata com ares de aristocrata... olhar altivo, tão independente e ao mesmo tempo tão humilde para pedir um cafuné...


(Essa é a nossa gatinha Nina... que vive num paraíso lá em casa, como vocês podem bem perceber, e nos dá o exemplo de como a vida pode ser boa...)